Vitória de Trump deve fortalecer relações entre Brasil e China no agronegócio
A vitória do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos deve gerar reflexos no agronegócio global, mas principalmente no Brasil. Os Estados Unidos são o segundo maior produtor de alimentos do mundo e as políticas protecionistas de Trump, como já ocorreu em seu primeiro mandato, em 2018, podem gerar conflitos com a China e com isso, aproximar ainda mais o agronegócio brasileiro dos chineses.
Em 2018, quando foi presidente dos Estados Unidos pela primeira vez, Trump impôs barreiras tarifárias aos produtos chineses para evitar o que ele considera uma competição injusta com os produtos norte-americanos. Como retaliação, a China também impôs tarifas, visando principalmente produtos agrícolas como a soja, milho e o trigo.
Com isso, a China passou a procurar novos fornecedores de produtos agrícolas para atender a sua demanda e o Brasil, principal produtor de soja do mundo, tornou-se o maior fornecedor da commodity para o país asiático. Essa relação conflituosa durou até meados de 2020, com um acordo de redução das tarifas, mas o Brasil permanece líder em exportações para a China.
Agora, com a vitória de Trump, que já anunciou o retorno de sua política protecionista, as relações da China com o agronegócio brasileiro podem se intensificar ainda mais. Especialistas apontam que a vitória pode trazer tanto oportunidades como desafios para o agro brasileiro, dependendo das políticas que o republicano decidir implementar em relação ao comércio internacional e à sustentabilidade ambiental.
Entre as promessas de campanha, Trump anunciou que deve editar uma lei chamada “Trump Reciprocal Trade Act”, que prevê medidas de reciprocidade para derrubar barreiras comerciais e priorizar produtos nacionais e ainda, acabar com o “Green Neal Deal”, que são um conjunto de ações que promovem o desenvolvimento sustentável. Trump considera o modelo de produção sustentável a raiz dos problemas do agronegócio.
Fonte: AgroBand