Boletim Carvalhaes: Colômbia aumenta em 39% suas importações de café brasileiro

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que em junho, último mês do ano-safra brasileiro 2022/2023, foram embarcadas 2.639.980 sacas de 60 kg de café, 17,2% a menos (549.446 sacas) do que no mesmo mês de 2022. Em junho, nossas exportações de arábica somaram 2.062.170 sacas, com queda de 23,3%, ou 626.075 sacas em relação ao mesmo mês de 2022.

No ano safra 2022/2023 (julho de 22 a junho de 23) exportamos 35.625.978 sacas. Foram 10,2% a menos (4.064.657 sacas) do que as 39.690.835 sacas exportadas no ano safra 2021/2022, e 22% a menos (10.051.090 sacas) do que as 45.677.068 sacas exportadas no ano safra 2020/2021.

Os Estados Unidos foram os principais importadores dos cafés do Brasil, com a aquisição de 6,857 milhões de sacas, volume 13,8% inferior ao registrado no ano safra anterior, 2021/2022. Esse montante equivale a 19,2% dos embarques totais brasileiros no período. A Alemanha, segundo maior importador, com 14,5%, comprou 5,165 milhões de sacas, 20,3% a menos do que no ano safra anterior. Na sequência vêm Itália, com a importação de 2,986 milhões de sacas (-4,8%); Japão, com 2,069 milhões de sacas (-4,7%); e Bélgica, com 1,828 milhão de sacas (-42,6%).

Chama a atenção o nosso sexto maior importador, a Colômbia, segundo maior produtor de café arábica do mundo, que importou 1,738 milhão de sacas do Brasil, ampliando em 39% suas compras ante a temporada 2021/2022.

Por continentes, merece destaque a evolução de 6,1% registrada para a Ásia, puxada pelos desempenhos positivos da Coreia do Sul, com 870.446 sacas (+12,4%) e da China. Os chineses importaram 604.269 sacas dos cafés do Brasil na safra 2022/2023, o que representa uma alta de 89% (Fonte: Cecafé/Notícias Agrícolas).

Essa queda nas exportações brasileiras e dos demais principais países produtores é consequência dos problemas climáticos globais. O caso da Colômbia é emblemático. Teve de aumentar as importações de café do Brasil em 39% para conseguir cumprir seus compromissos de exportação e consumo interno. Nossas exportações para a Colômbia já haviam crescido no ano safra anterior 2021/2022.

Como o consumo mundial não caiu, os países importadores lançaram mão de seus estoques para completar o abastecimento de seus mercados consumidores. O mesmo aconteceu com o Brasil e demais países produtores. Os atuais estoques mundiais de passagem devem ser perigosamente baixos.

Ontem (13), quinta-feira, a produção brasileira de café em 2023 foi estimada em 55,1 milhões de sacas de 60 kg, decréscimo de 0,5% em relação ao mês anterior, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o café arábica, a produção foi estimada em 38,4 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,1% em relação ao levantamento anterior, mas crescimento anual de 13,3%. Para o café canéfora, a estimativa da produção foi de 16,7 milhões de sacas de 60 kg, declínios de 1,5% em relação ao mês anterior e de 9,5% em relação a 2022 (fonte: Reuters). Os operadores de mercado trabalham com números acima de 60 milhões de sacas.

A colheita da nova safra brasileira 2023 avança com bom ritmo em todas as regiões produtoras, mas o volume de café que entra nos armazéns continua abaixo das expectativas dos compradores e dos analistas de mercado. Os estoques de passagem da safra brasileira 2022 são, com certeza, os menores em muitas dezenas de anos. Os contratos de café nas bolsas de Nova Iorque e Londres trabalharam, hoje, em alta, mas no decorrer da semana recuaram, trabalhando em baixa moderada.

Hoje, em Nova Iorque, com a onda de frio chegando sobre os cafezais do sudeste brasileiro, os contratos para setembro próximo bateram em US$ 1,6170 na máxima do dia e encerraram o pregão em alta de 320 pontos, a US$ 1,6080 por libra peso. Ontem, fecharam com ganhos de 60 pontos e, anteontem, caíram 55 pontos. Na terça-feira recuaram 230 pontos e na segunda fecharam em queda de 105 pontos. No balanço da semana recuaram 10 pontos. Terminaram a sexta-feira passada a US$ 1,6090 por libra peso. No balanço da semana passada subiram 190 pontos. No da semana anterior a passada, caíram 580 pontos.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos para setembro próximo subiram, hoje, 9 dólares e fecharam a semana valendo 2,540 dólares por tonelada. Ontem caíram 9 dólares e, anteontem, fecharam em queda de 36 dólares. Na terça-feira, perderam 6 dólares e, na segunda, caíram 45 dólares. Recuaram, na semana, 81 dólares por tonelada. Encerraram a sexta-feira passada em alta de 111 dólares, a 2,621 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE futures US caíram, hoje, mais 300 sacas. Estão em 545.203 sacas. Há um ano eram de 750.702 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram, neste período, 205.499 sacas. Na semana, acumularam alta de 153 sacas. No último mês de junho, a queda desses estoques somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. O ritmo de queda diminuiu em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, desmerecidos, de algumas safras atrás, recertificados, e depositados na Europa.

O dólar subiu hoje 0,10% e fechou a semana a R$ 4,7950. Na sexta-feira passada, fechou em queda de 1,30%, a R$ 4,8660.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, fecharam, hoje, valendo R$ 1.019,93. Ontem, encerraram o dia a R$ 998,59. Na sexta-feira passada, fecharam valendo R$ 1.035,67. Na sexta-feira anterior a passada, fecharam a R$ 1.007,25.

O mercado físico brasileiro apresentou-se calmo, praticamente paralisado, por toda a semana. Os compradores subiram e desceram suas ofertas acompanhando o sobe e desce nas bolsas e do dólar frente ao real. Os vendedores continuaram retraídos e poucos negócios foram fechados, sempre de produtores que precisam fazer caixa rapidamente para enfrentar as despesas de colheita. O volume de negócios continua pequeno para esta época de início de ano safra.

Até dia 14, os embarques de julho estavam em 633.430 sacas de café arábica, 118.308 sacas de café conilon, mais 71.794 sacas de café solúvel, totalizando 823.532 sacas embarcadas, contra 828.363 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 946.453 sacas, contra 977.561 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 14, caiu, nos contratos para entrega em julho próximo, 10 pontos ou US$ 0,13 (R$ 0,63) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 7 a R$ 1.035,67 por saca, e hoje sexta-feira, dia 14, a R$ 1019,93. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 320 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 900/950,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 850/880,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 800/830,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 760/780,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 760/780,00 – RIADOS.
R$ 740/760,00 – RIO.
R$ 740/760,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 740/760,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

Fonte: Café Point